terça-feira, 15 de setembro de 2020

Rede de Ódio

 

Odio ergo sum

"Quando eu 'odio', eu 'odio'."
- Tiririca. Cantor, político e livre pensador.

Deixei de me preocupar com geopolítica há certo tempo. Na verdade, mal venho me preocupando com os rumos de nossa republiqueta, atualmente desgovernada por Maia, Alcolumbre e meia dúzia de Supremos. Sempre achei o Presidente da República extremamente republicano e confiante nas possibilidades democráticas de mudança. Atualmente, acho-o quase covarde. Mas, enfim: mal tenho tempo para cuidar de minha casa. Minha filha está com aulas particulares porque sua escola não abre devido à "pandemia"; este ano precisei pagar mais imposto de renda do que o retido em fonte devido à minha migração de regime previdenciário sem aderir a outro complementar; minha caixa de água de quase dois contos rachou; meu gato mais velho (treze anos de idade) não sai mais de dentro de casa e está cagando em nosso banheiro (pelo menos é educado); o mecânico fez cagada em meu carro e precisou enviar o motor à retífica; e fui afanado por um marceneiro em alguns trocados. E outras coisas mais. Como sempre digo: quando morrermos, os problemas irão embora. Até lá...

Não sei bem como anda o processo de bancarrota da União Européia. Mas creio estar próximo. O filme Rede de Ódio mostra um pouco disso, conquanto restrito à Polônia. E, cara, que filme! Na trama, conhecemos Tomasz Giemza, um carinha problemático cuja sagacidade é proporcional ao seu ódio. Ódio contra o quê? Não sei. Tomasz não nutre muitas paixões, não possui ideários bem definidos (nem se importa com isso) e quer apenas foder com tudo. Ele quer apenas odiar e o título original - Hejter, algo como Odiador - é bem mais oportuno do que nossa infeliz adaptação. O protagonista me lembrou bastante Chacal, do excelente filme The Day of the Jackal (1973), regravado posteriormente com Bruce Willis e Richard Gere (The Jackal, 1997). Também vi, ali, pintadas de Norman Bates.

Assim que lançaram o filme, vozes apontaram nele uma grande bandeira contra o "fascismo de direita europeu". Não é bem assim. Na trama, vemos a atuação de conservadores sérios, de populares (a grande massa operária e classe média) e de malucos diversos, todos unidos em torno da ideia de nacionalismo. Do outro lado, está a elite progressista delirante, bem representada pela família Krasuckis, totalmente alheia à realidade local e nacional, enquanto seus membros proferem frases bonitas sobre "somos todos humanos", entre taças de vinho e champanhe em suas vernissagens descoladas. Tomasz Giemza não liga para essas bobagens. Ele só quer foder com a porra toda e se dar bem, caminhando sobre a carniça. A atuação de Maciej Musiałowski é soberba. Que puta ator!

Não fico sobre o muro. Assumo posições claras. Não simpatizo com ideias progressistas, cujas políticas nos levarão apenas ao abismo. Há uma agenda globalista implantada a todo vapor e as maiores fortunas se empenham nisso. Por que creio nisso? Porque olho à minha volta. E acho razoável que o populacho não se sinta à vontade com ideias contrárias ao seu modo de vida, à sua vida familiar e comunitária e que, ainda, pretende entupir todo o território nacional com imigrantes (muçulmanos, asiáticos, brasileiros etc.). A regra é simples: cada um no seu quadrado. A ideia de que o mundo é um parquinho onde todas as culturas cantam Imagine de mãos dadas é isso: apenas ideia. Como dizia vovó: "Água e óleo não se misturam". As explicações para os maiores problemas humanos são, muitas vezes, bem simples. É que o "intelectualismo" aliado à má fé dos defensores de "um mundo sem fronteiras" fode com tudo.

Na trama, ficam também lições sobre nossa exposição na grande rede. Contudo, larguei mão de me preocupar com isso há anos e anos. Não há meio de se preservar a não ser não possuindo quaisquer formas de vida digital, algo quase impossível. Se alguém quiser saber quem é você e seguir seus rastros, ela fará isso, com alguns poucos conhecimentos ou pagando alguém para tal. Toda ferramenta é bem vinda. Sou ardoroso entusiasta de tecnologia, ainda mais quando de comunicação. Entretanto, às vezes, recordo quando ninguém nos encontrava. A única forma era indo à sua casa ou telefonando para o fixo (caríssimo, poucos tinham linha telefônica). E, mesmo assim, lembro que, em casa, às vezes o telefone ficava fora do fio quando queríamos paz e sossego. Havia, obviamente, suas vantagens. E todos viviam e sobreviviam.

Quando puder, veja o filme. Vale mesmo a pena.

Abraços haters e até a próxima.

18 comentários:

  1. Rapaz, você é a quarta pessoa que me recomenda este filme. Vou ver se o assisto neste fim de semana, ou numa dessas madrugadas em que perco o sono. Eu também tenho duas gatas que farão 13 anos em novembro, mas ainda sem sinais de caduquice, embora uma delas tenha adquirido há quase dois anos uma infecção crônica de intestino que a obriga a 0,5 ml de predsin e a só comer uma ração hipoalergência, mais de 100 reais o pacote de 1,5 kg. Pããããããããta...
    Bons tempos do telefone fora do fio, bons tempos em que as pessoas ainda precisavam de silêncio. Durante três anos que morei fora de minha cidade e sozinho, eu não tinha nem telefone em casa. Que sossego...

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    1. Olá, Marreta.

      Certamente estão te indicando bastante porque creem que vc integra a "rede de ódio". rs

      A gata mais velha que tive morreu com quase 18 anos de idade. Eu não sabia ao certo sua idade. Veterinários que detectaram. Antes dela morrer, tentaram me arrancar o couro com remédios, tratamentos etc. E quase conseguiram. Já tive um gato falecido devido a problemas renais. A ração dele custou uma nota e ele quase não comeu. Além disso, passou uns dias usando sonda. Algo horrível. Hoje em dia, não vou mais nessa. Bichinho tá doente e é velho, lhe dou conforto e aguardo sua morte lhe fazendo companhia. Não tenho mais a energia para tentar salvar bicho velho a todo custo, especialmente às custa de meu sofrimento e do dele. Se eu chegar à velhice, doente e demente, torço para quem não tentem me manter vivo a todo custo. É indigno. Enfim...

      Abraços!

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  2. https://www.youtube.com/watch?v=ShKrnThhwv4

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    1. Fala, Scant!

      Quando assisti a este filme, adorei a explicação curta e certeira de Alfred sobre a natureza do Coringa!

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    2. postei rápido pra não perder a referência

      filme do post já tá na minha lista

      na mitologia oriental, deuses da destruição são essenciais para a criação de um novo ciclo; talvez em um plano mais amplo os haters tenham sua importância

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    3. Na mitologia marxista ocidental, também. Você destrói a civilização atual, chega ao final da História e refunda o mundo, entre campos verdejantes e cavalos alados percorrendo as pradarias, onde todos caminharemos felizes e de mãos dadas.

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  3. Olá, Fabiano!

    Vi o de Hitchcock quando adolescente. Gostei bastante, à época. Mas parece aquele tipo de filme que não conseguimos ver duas vezes com empolgação. Nunca vi o seriado.

    Esse filme vc assite na Netflix. E, salvo engano, é uma produção original da plataforma.

    Acho interessantes essas ideias sobre vida artificial inteligente. Mas penso que, antes de alcançarmos esse estágio, este planeta já estará em frangalhos.

    Abraços!

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  4. Como vi na última temporada de Arquivo X, os ETs certamente farão um muro (algo bonito e discreto, magnético), para nos manter bem longe deles!

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  5. "Na mitologia marxista ocidental, também" - então já sabemos de onde eles podem ter copiado essa parte :)

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  6. Queria ter mais costume de assistir a filmes e série para poder acompanhar e tirar minhas próprias conclusões com obras assim mas sempre acabei ficando no meio dos livros e por isso acabo sendo super por fora de muitas adaptações. Mas quanto aos seus comentários sobre esse período, a quarentena está ferrando todo mundo em diversos sentidos, até mesmo no que ela não deveria ter nada a ver. Realmente, quando a gente morre os problemas somem. Só resta esperar até lá rs

    Abraço ♥
    Larissa - Parágrafo Cult

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    1. Olá, garota!

      "Só resta esperar até lá rs"

      Enquanto isso, viva e deixe viver. rs

      Abraços!

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  7. É por isso que não quero colocar filhos no mundo. Frustaria-me e decepcionaria-me muito ao ver uma cria minha virando um desses insuportáveis floquinhos de neve progressistas das redes sociais que se doem até com a própria sombra, verdadeiros fantoches globalistas, que alicerçam o colapso da sociedade ocidental. Já quis muito ser pai, mas como nada é 100% garantido, minha criação provavelmente iria de encontro com o que ele vê na escola, na mídia, na universidade, etc, o melhor que eu poderia fazer por um filho é simplesmente não o gerar...

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    1. Compreendo totalmente. Sou pai. Educo. Mas sei que o resultado final é uma grande loteria. Os fatores externos são decisivos tb, além do caráter de cada um. Abç

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    2. eu mesmo só sinto preguiça em gerar descendentes...

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    3. É o que sempre digo: ter filhos não é norma. Não quer, melhor mesmo não ter. Muitos têm sem vontade, apenas por ter. No meu caso, mudou minha vida positivamente. É enriquecedor. Mas... O que funciona para mim pode não servir para outro. Daí evito recomendar a paternidade.

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  8. https://mega.nz/folder/ZVE1jaaK#kGhKfKWdDOItL62flk-1Ug

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    1. O Segredo do Abismo foi marcante em minha infância. Grato pelo link, ainda mais legendado.

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