terça-feira, 8 de outubro de 2019

Réquiem para um sonho (Requiem for a Dream, 2000)


Apenas recentemente, após dezesseis anos, assisti a Réquiem para um sonho (Requiem for a Dream, 2000). Estava interessado em vê-lo há uns dois anos, mais em razão de Jared Leto, que me chamou atenção desde Capítulo 27, onde deu corpo (obeso) ao debiloide Mark David Chapman, e, claro, por sua excelente atuação em Clube de Compras Dallas. Mas, enfim, confesso que foi perda de tempo. O único mérito da produção é assistir à peladona (e peludona) Jennifer Connelly em cenas relativamente provocantes. Mais nada.

É interessante notar que o filme parece inútil, sem objetivo. A princípio, estamos assistindo apenas a uns drogados mimados se picando, cheirando e trepando. Mas há uma intenção por trás de tudo. Confesso que Hollywood não deixa de me assustar. Durante a trama, a mãe do protagonista vive melancólica em seu apartamento velho, viciada em programas televisivos de auditório. Ela é pré escolhida para ir à TV, participar de um show. Para caber novamente em seu querido vestido vermelho, ingressa numa dieta à base de anfetaminas pela manhã e sedativos à noite. Logo, está viciada; em pouco tempo, louca. Com isso, os iluminados roteiristas afirma: a sociedade americana está corrompida pelas drogas; estas, vão desde heroína até produtos dietéticos, TV (hoje, seria internet, acho) e comidas gordurosas e viciantes. E tudo seria a mesma coisa. Esqueceram apenas uma brecha: a pobre mamãe ficou debilitada a tal ponto após anos de sofrimento nas mãos de seu filho mimado, que não pode ser educado de maneira mais incisiva (pois o Estado proíbe), acuando-a várias vezes em busca de grana para se picar. Não adianta associar. Esse discurso não cola. Ninguém comete latrocínio nem se prostitui para abastecer o vício em McLanche Feliz. E as anfetaminas para controle de apetite foi um lance infeliz da medicina, apenas.

Alguns cinéfilos tentam encontrar na película um grande feito, com significados e significantes profundos. Um filme gnóstico? Uma denúncia de um tempo cruel e viciante, onde programas familiares de televisão equivalem a pico na veia? Podem força a barra. Mas não é nada disso. Trata-se apenas de um filme "marromenos" (com cenas pesadas) para entreter.

Este, claro, é apenas meu humilde ponto de vista.

Republicação de postagem de 05 de abril de 2016

12 comentários:

  1. caramba, esse filme é muito de deprimente, mas pelo menos tem uma fotografia linda

    vale apena para ver a Jennifer Connelly

    abs!

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    1. "vale apena para ver a Jennifer Connelly"

      Novamente, seu olhar luxurioso...

      Abraços!

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  2. Assisti aquela porqueira porque estava com tempo livre. Péssimo filme. Muitas caras e bocas. Estrelismos etc. Tudo contribuiu para a atuação pífia de JL naquele filmeco.
    Abraços!!!

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  3. Eu estou nessa vibe: até os dias de hoje eu vejo muita gente rasgando uma seda enorme para Requiem Para um Sonho e por gostar do Jared Leto desde a adolescência (quando jovem era por causa da sua banda que eu ouvia, nem ao menos sabia que ele era ator quando eu tinha 14 anos) fiquei interessada em ver o filme mas sempre que passava por ele, o deixava lá, na lista de futuros filmes que assistiria. Nunca me chamou muita a atenção (por mais que tenha visto muitos elogios pela internet a fora) e por isso até hoje não o vi. Acho que se tivesse o feito, teria pensado o mesmo que você. Um filme de drogados que vi e gostei muito foi Transpotting e Eu, Christiane F., mas acho que esses nada tem a ver com esse com exceção das drogas... Ou tem???
    Enfim, Jennifer Connely é linda demais. Eu babo muito nela desde Oportunidades de Carreira e Labirinto <3

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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    1. Transpotting e Eu, Christiane F. possuem um viés diferente. Aliás, o primeiro, para mim, é um grande filme!!!

      Sobre Jennifer C... Eu gostaria de babar nela. rs

      Abraços!!

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    2. Pegando o gancho, chegou a ver a sequência? O "T2". Eu achei um bom filme, mas que se perdeu no caminho, se tornando mais uma diversão dos próprios atores se reencontrando, do que um sequência orgânica pra história. Tô pensando em ver o "Doutor Sono", mas já ciente de que não será um filme com metade do impacto que teve Iluminado - literalmente o único filme que tirou meu sono de verdade por semanas-.

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    3. Oi, Ozy.
      Sequer sabia da existência de T2, mas já ficará aqui de sugestão.
      Felizmente não optaram por uma sequência orgânica, pois as chances de fracasso seriam grandes.
      Adoro o Iluminado de Kubrick, mas não gosto da segunda adaptação que é justamente a mais fiel ao romance escrito.
      Cara, ando tão desanimado com o cinema que nem sei quando verei Doutor Sono, o qual aliás é um livro muito bom.
      Ando mais de rever bons filmes trash, scifi e faroeste.
      Abç

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    4. Cheguei a transcrever um monólogo que aparece no trailer, meio que continuação do que escrevem no primeiro filme dos anos 90: https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2017/07/escolha-vida.html
      Também ando um tanto desanimado, o último filme que me empolgou de ir no cinema mesmo foi o "Coringa". De vontade de assistir algo atual, só dois lançamentos recentes da Netflix, "The Irishman" e "Dolemite is my name." Pensei em ir ver o Doutor Sono, mas logo desisti, idem para o novo Exterminador do Futuro.

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    5. Rapaz, ótima sugestão The Irishman. De Niro, crime e Scorsese: tudo para dar certo. Ainda não o vi e há um tempo não acesso a Netflix para quase nada. Minha filha que usa mais o serviço para programas infantis. Andei mais vendo algumas coisas do Prime da Amazon. Ficará em minha lista para breve. Em cinema, só me empolguei com Coringa porque queria muito ver algo diferente no gênero e, felizmente, foi uma grata surpresa. Exterminador é uma franquia que acompanho mais por amor ao universo desenvolvido nos dois primeiros filmes.
      Abraços!

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  4. Nunca vi nenhum Thor. Aliás, nem vi os dois últimos de Vingadores. Não fazem falta.

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  5. Foi o primeiro texto que vi descendo o pau nesse filme, é bom ver uma opinião diferente. Nunca o assisti, parece ser ótimo, embora seja extremamente cultuado. Só vi dois filmes do Aronosfsky (sei nem se escreve assim), e gostei bastante de ambos, um foi "O Lutador", que trouxe um retorno triunfal às telas do Mickey Rourke, cujo último grande filme que participara antes desse, que é de 2006, parece, acho que tinha sido o "Coração Satânico", do Allan Parker. E o outro foi o "Mãe", eu não visse os créditos, diria facilmente que era um filme do Lars Von Trier.

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    1. Mãe me cativou desde o início. Bem colocado Lars Von Trier... boa observação.
      O Lutador é uma pérola no lodoçal roliudiano.
      Acho q Requiem pegou a pencha de cult e se tornou pecaminosos falar negativamente da obra.
      Abç!

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