O cafezinho

Gosto de café desde criança. Fui uma criança bebedora de várias xícaras ao dia e isso provavelmente afetou minha cachola de maneira negativa. Contudo, agora é tarde para refletir sobre isso e o melhor a fazer é continuar cafezeiro. Nada de chorar o café derramado, tampouco o ingerido.

Como a maioria dos brasileiros, seja pelo aspecto cultural ou apenas por ter apego mesmo ao sabor, gosto do café coado após fervido na chaleira bem como daqueles cafés de cafeteiras industriais, que ficam ali queimando a bebida por horas. Muitas vezes, aliás, o cozimento se faz junto com açúcar, o que é um crime aos olhos do "entendidos". Mesmo assim, com o tempo, descobrimos os cafés selecionados e novas formas de preparo, como prensa francesa, cafeteira italiana tipo moka e tantas outras. Sobretudo, nada destaca tanto o sabor do café quanto o espresso. Assim, frequentar cafeterias é um passo certo na vida de todo fã do ouro verde. Há vários anos, a única forma de tomar espresso era indo a cafeterias, onde máquinas profissionais caríssimas, com água quente sob elevada pressão, retiram os óleos essenciais do grão torrado recém moído para a xícara. Há pouco tempo, isso mudou. Hoje, podemos realizar esse procedimento em casa, com qualidade.

Durante anos mantive preconceito com máquinas caseiras para espresso, sejam as com porta filtro (baristas) ou cápsulas. E esse preconceito não era infundado. Na verdade, era um quase pós conceito mesmo. Convenhamos, os primeiros equipamentos a surgir no mercado eram caros e ruins. Hoje, compramos boas máquinas por preços relativamente justos. Minha primeira compra foi a Modo da Três Corações. Passei uns quatro anos com ela sem qualquer dor de cabeça, então a vendi a um amigo pois havia comprando a Oster Prima Latte II. Depois, sentindo falta de uma cafeteira em cápsulas para algo rápido, comprei a Dolce Gusto Melody. A Prima Latte possui um porta filtro compatível com cápsula Nespresso. Contudo, é muito ruim para se utilizar, conseguir socar a cápsula lá dentro, fechar e extrair o café com boa pressão. E, recentemente, ganhei a Prima da Roma Café ao comprar quatro quilos de café tipo bourbon amarelo da Serra da Mantiqueira, pela Jolie Café.

Abaixo, comento brevemente cada uma das máquinas usadas por mim.

Três Corações Modo. Bom custo benefício com cápsulas em conta. Possui uma grife de acessórios interessantes como porta cápsulas e xícaras da marca e, durante um tempo, juntando os pontos com cupons (número dentro das caixas de cápsulas) você realmente conseguia trocá-los através o próprio site da casa. Eu mesmo ganhei dois porta cápsulas em inox e madeira. Para limpar, apresenta um inconveniente: a cápsula cai dentro do corpo da máquina, deixando sempre aquela sensação de má higienização mesmo com o mecanismo de retrolavagem.

Melody Dolce Gusto. Design simples e sedutor para quem cresceu vendo filmes e animés com robôs. O equipamento é de fácil uso e possui boa pressão para extrair espresso e demais bebidas em cápsulas. Também possui grife de acessórios interessantes, oficiais ou não. As cápsulas são maiores do que as da Três e, felizmente, não caem dentro do corpo do equipamento, mas, sim, são inserida e retirada por aba fácil de limpar. Em termos de preço, as cápsulas são vendidas em patamares similares às demais marcas. Até onde vi por aí, não comporta adaptador para padrão Nespresso. Contudo, para utilizar cápsulas com padrão Três Corações você precisa de adaptador vendido em sites específicos e que custa em torno de cem reais. Muitas pessoas dizem não prestar. Na verdade, acho que essas adaptações nunca ficam cem por cento.

Oster Prima Latte II. Minha primeira máquina com porta filtro, tipo barista. Comprei porque não suportava mais gastar tanta grana com cápsulas. Claro que estas têm a vantagem da rapidez, quando você precisa de algo imediato ou por falta de tempo ou apenas por cansaço mesmo. Afinal, moer e preparar um espresso pode demorar. Este equipamento promete em torno de 19 BARs de pressão e nos dá realmente um ótimo café. Comporta muita água e ainda há reservatório para leite, com regulador de espuma, bem eficiente e que nos exige apenas cuidados com a higiene. Leite estraga rápido e fede bastante, como sabemos. Como o reservatório é removível, você pode deixá-lo abastecido na geladeira e só acoplar ao usar. Paguei em torno de mil reais nessa belezinha e não me arrependo. É barulhenta apenas no modo limpeza do reservatório de leite. Contudo, silenciosa para fazer café e fácil de limpar quanto ao restante do conjunto. Falha: demora para esquentar ao ponto de uso. Detalhe relevante: os filtros vêm equipados com pressurizadores para dar a falsa crema. Acho meio inútil, mas há quem goste. O problema é que se você moer demais o grão, pode entupir o filtro e "explodir" o porta-filtro, quebrando-o, vez que não é de aço.

Café Roma Espresso Prima. Como dito acima, esta foi um brinde pela compra de quatro quilos de café especial. E valeu a pena. Parece cumprir seus 15 BARs de pressão e nos dá um ótimo espresso. O vaporizador está aprovado para cremar o leite ou fazer espuma. Em um dia aprendi a melhor maneira de utilizá-lo sem deixar o leite aguado. Fica pronta para ao uso muito rapidamente. Possui corpo todo em metal, pesando quase sete quilos, e comporta em torno de três litros de água. Fácil de limpar, só chateia diante do barulho imenso (!), sendo imprópria para o uso pela madrugada onde há gente dormindo. Os filtros vêm sem pressurização e a máquina ganha de todas por seu eficiente aquecedor de xícaras sobre o conjunto.

Por último, claro, destaco o antigo café coado que durante nossa infância tanto inundou nosso olfato ao acordar para ir à escola. Café, enfim, tem cheiro de bons momentos, de vida e de calmaria. Daí, as gostosas abaixo, ilustrando esta postagem.

Abraços a todos e até a próxima.