Nazistas macumbeiros: garantia de boa diversão.
Joel Schumacher, pouco antes de morrer, afirmava ter levado para a cama mais de vinte mil homens. Não duvido. Foi um bom diretor, responsável por produções que permanecerão na memória afetiva de muitos e, com isso, obteve destaque na Babilônia hollywoodiana. Se até um anônimo consegue sexo fácil (ainda mais nos dias de hoje, quando o corpo humano tem o mesmo valor que um pedaço de cocô), imaginem quantos homens não aceitariam dar o furico a Schumacher, em troca de uma pontinha num filme qualquer.
Em resumo, suas declarações nunca tiveram nada de respeitáveis, pois se vangloriar de foder deveria ser algo insignificante para alguém que possui o mérito de ter encabeçado um bom conjunto de obras. Como diretor, sim, ele foi respeitável. Só por O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (St. Elmo's Fire, 1985), ele já mereceria todo meu apreço.
Blood Creek é um filme curioso, pois, apesar de contar com Joel Schumacher na direção e nomes como Dominic Purcell, Henry Cavill e Michael Fassbender no elenco, passou despercebido. A trama é interessante, e a narrativa segue de maneira destrambelhada. Mas a proposta do filme sempre foi ser um terror/suspense meio gore e banal. E, de fato, passou totalmente despercebido. Eu mesmo o vi há alguns anos meramente por acaso (surgiu como indicação na tela do streaming) e, agora, o revi graças ao algoritmo dentro do gênero terror e sobrenatural.
O mote se liga à já batida história do nazismo e suas práticas ocultistas, algo que, aliás, mencionei aqui quando sugeri o filme Navio de Sangue (2019). A história começa em 1936, com a chegada do oficial e pesquisador nazista Richard Wirth a uma fazenda de imigrantes alemães nos ermos vicinais dos EUA. Ele demonstra interesse por algo peculiar no local: uma imensa e antiga pedra viking entalhada com runas.
Quem é fã da franquia Indiana Jones deve se lembrar de como os nazistas viviam infernizando o arqueólogo em busca de relíquias sagradas que fundamentariam suas crenças e dariam poder ao Reich de mil anos. Isso nunca foi mera ficção. De fato, o alto escalão bigodista patrocinava expedições similares, inclusive em regiões inóspitas como a Antártica.
Após poucos minutos de filme, saltamos para o ano de 2007, onde conhecemos um paramédico atormentado pelo desaparecimento do irmão durante uma pescaria. Numa noite, esse mesmo irmão retorna e o chama para ajudá-lo numa empreitada violenta. Logo percebemos que ele esteve preso por dois anos na mesma fazenda onde o macumbeiro alemão chegou na década de '30 – e que toda a família de imigrantes ainda está lá, vivendo como no passado e sem envelhecer.
E mais: os irmãos têm apenas uma noite para impedir que um ritual macabro ocorra. Se eu falar mais, estragarei as surpresas. Surpresas bobas de um filme simplório – mas, ainda assim, surpresas.
É isso. Sugestão de filme bobo para passar o tempo. Fico por aqui. Abraços emacumbados e até a próxima.