quarta-feira, 8 de julho de 2020

Aquela pilulazinha enrugada

Imagem de meu acervo pessoal.

I want you to know that I'm happy for you
You Oughta Know

Achei que passaria mais um mês afastado após a matéria anterior, mas a grata surpresa desta semana me fez retornar para sugerir Alanis Nadine Morissette, em 4k, aos nobres colegas e aos que aqui caírem de paraquedas.

Tomei conhecimento do disco Jagged Little Pill por meio da TV Cultura. Não recordo se nos programas Vitrine ou Metrópolis. Exibiram o clipe Hand In My Pocket e fiquei deslumbrado. Ou "alumbrado", como dizia meu amado poeta Manuel Bandeira. Na mesma semana, estando no centro da cidade, fui à loja Comeg Center e pude ouvir alguns minutos do CD. Achei ruim. Estava sem dinheiro e, mesmo que o possuísse, não o compraria. Pensei que só prestaria Hand In My Pocket, em todo o álbum. E CD era caríssimo, naquela época, para se comprar por apenas uma faixa. Só para os mais jovens terem ideia: o CD Legião Urbana Música para Acampamentos custava mais de um salário mínimo em minha adolescência, logo após a conversão de URV em Real.

Algum tempo depois, minha grande amiga Wanessa Wanderley (vulgo Madonna), com seus cinco quilos de brincos em cada orelha e os cabelos multicoloridos (entre rosa-cheguei e laranja-holanda, com tons de azul-encardido), me reapresentou o CD. E me emprestou. Em casa, ouvi cada faixa e me apaixonei. Cresci, enfim, sob o signo de Jagged Little Pill e o considero um dos melhores álbuns realizados neste planetinha infectado. E, logo após uns meses, Madonna me apresentou outro alumbramento: Vanessa Michelle, minha primeira namorada de verdade, meu primeiro grande amor. E, curiosamente, Vanessa lembrava bastante Alanis em sua fase áurea, na fase Jagged Little Pill

Wanessa Wanderley, minha inesquecível amiga, onde quer que você esteja, obrigado por tudo. Havia mencionado esta maluca na postagem Mjadra, sendo a pessoa que, no finado colégio CDI, gravava para nós conteúdo da MTV em VHS.

Esses dias, por mero acaso, vi no Youtube os clipes Ironic e Hand In My Pocket em 4K. Fui pego de surpresa. Além deles, pesquisando mais, ainda topei com You Oughta Know e You Learn. Que maravilha poder rever aquelas pérolas em excelente definição e constatar que Alanis, mesmo com o testão abarrotado de espinhas (em 4K, vemos até os cravos), era realmente linda. Achei oportuno, aqui, compartilhar minha surpresa quanto a isso, recomendar os vídeos reeditados e, claro, falar um pouco sobre minha vida. Afinal, isto é um blogue, não um mega portal.

Não sei o destino de Wanessa Wanderley. Perdemos totalmente o contato. Não a encontrei em rede social alguma nem em pesquisas a esmo na rede. E olha que sou razoavelmente bom em vasculhar vida digital alheia. Já Vanessa Michelle me pareceu estar bem (dentro de uma certa proporção). Ela não quis entrar em tantos detalhes sobre sua vida, embora tivesse também curiosidades sobre a minha. Atualmente, está casada com outra mulher e elas possuem um filho chamado Théo. Vida que segue. Bola pra frente, entre recordações de beijos sabor graviola e canções de Adriana Calcanhotto.

Essa "remasterização" - ou seja lá como se chame - dos vídeos se deve à comemoração dos vinte e cinco anos de lançamento do fabuloso álbum. Meu exemplar (foto acima) comprei em 1997. Perdi a caixa. Mas resgatei o encarte e o CD está rodável.

Vanessa e Wanessa, amo todas vocês. Sempre as amei. Sob o signo de Jagged Little Pill. Sonho um dia nos revermos e tomar uma Coca-cola juntos, falando abobrinhas sobre a vida. Mas é apenas sonho em seu estado mais puro, pois isso é impossível.

Abraços lacrimejantes e até a próxima.









18 comentários:

  1. a cada dia uma mentira se torna uma verdade e uma verdade se torna uma mentira
    viver é evoluir
    ótimo texto
    se tivesse poderes, acompanharia a vida de muita gente que passou por mim: seria como ver uma novela eterna

    abs!

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    1. "a cada dia uma mentira se torna uma verdade e uma verdade se torna uma mentira"

      Quando envolve aspectos meramente subjetivos do ser humano, sim. Aí não são verdades. Verdades existem: imutáveis. E vale a pena buscar por elas. Mas compreendi bem o contexto de sua colocação nesta postagem. E foi pertinente.
      Satisfeito que tenha gostado do texto.
      Sobre: "e tivesse poderes, acompanharia a vida de muita gente que passou por mim: seria como ver uma novela eterna"... cara, sabia que já pensei sobre algo assim?
      Abraços!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Sorte que leio no e-mail, caso contrário ficaria curioso sobre o que vc escreveu. rs
      Abraços, Pateta.

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    2. Leu, rs? Tenho evitado polêmicas políticas no geral e principalmente, evitado trazer algum aborrecimento, mesmo que involuntário, para quem não tem nada a ver com as minhas "teorias conspiratórias". Grande abraço!

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    3. Meu caro Pateta...

      Seus comentários são sempre bem vindos e - falo de coração - enriquecedores. E, aliás, mesmo que fossem antagônicos integralmente ao que penso, também seriam bem acolhidos. Devemos evitar nos ver reféns da espiral do silêncio, com receio de nos expressar em todos os aspectos da vida que nos faz humanos. Mas... entendo você. Eu mesmo já apaguei comentário por aí, me arrependendo depois.

      Na busca pelas verdades, antes nos vermos imiscuídos em teorias conspiratórias do que nas teorias das "meras coincidências". Aliás, como costumo dizer e Fox Mulder também o fazia: a verdade está lá fora. E, atualmente, está fatalmente expostas. O grande crime de pensamento e expressão, hoje em dia, é falar o óbvio, acaso este seja um "gatilho para trauminhas" ou questione a agenda progressista em franco avanço e as amarras da linguagem politicamente correta.

      Grande abraços, caro amigo!

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  3. Olá, Fabiano. Como sempre, grato por seu comentário e sua presença aqui! Abraços!

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  4. Eita, sua postagem foi repleta de pensamentos gostosamente nostálgicos, né?
    Eu não curto muito Alanis, acho que já falei pra ti que meu grande amor é Bowie mas não conheço muito do trabalho da A. M., preciso ouvir mais antes de dizer que realmente não curto.
    Como tem sobrevivido nessa quarentena?

    Abraço! ♥

    Larissa - Blog: Parágrafo Cult

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    1. Oi, Larissa.

      Coisa de velho. Às vezes bate aqueles pensamentos nostálgicos...

      Te recomendo, mesmo, dar uma chance a ela. Acho que sua canção encontrou eco noutras coisas mais novas e, por isso, ela não parece mais "aquela coisa". Só que, realmente, marcou época.

      Estou de boa, graças a Deus. Trabalhando normalmente (mas tirei duas semanas de folga), cuidando de casa e criança e mantendo em dia meus afazeres. Várias pessoas de minha família já contraíram COVID-19 e estão de boa, foi apenas uma gripe, até mesmo para meu pai com 75 anos de idade.

      Espero que esteja tudo bem contigo.

      Abraços, garota!

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Nossa, ainda bem que para eles não foi nada demais. Eu estou tendo que ficar em casa sem sair por ter a imunidade baixa graças a um tumor que tive na cabeça quando era mais nova. Ficar sem sair é muito chato e olha que nunca fui uma pessoa de viver na rua. Por isso estou lendo que nem doida, para ver se o tempo passa mais rápido.

    No geral eu to bem, só sendo engolida pelo tédio. Espero que todos aí continuem bem.

    Obs.: Apaguei o comentário anterior porque fui salvar o link do blog para deixar no final e acabei copiando um comentário inteiro. ¬¬

    Abraço! ♥
    Larissa - Blog: Parágrafo Cult

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    1. Olha... isso é preocupante. O estresse por ficar trancafiada pode acarretar imunossupressão. É algo quase tão perigoso como gente nas ruas, com máscaras suadas, reinalando o ar expelido.

      Mas, enfim: espero que fique tudo bem no geral e que vc possa aproveitar da melhor forma possível essa estada no confinamento.

      Abraços!

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  6. Eu gostava muito do álbum Jagged Little Pill, descobri só em 2015 por causa da internet, mas depois quando entendi o significado de muita das canções - alguns de um eu lírico feminino cantando para um homem - perdeu a graça para mim. Não curto muito canções com o eu lírico feminino, soa meio estranho para mim, curto só quando o eu lírico é neutro ou masculino. Por isso que eu não escuto mais muitas intérpretes femininas.

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  7. Olá, Anônimo.

    um lirismo feminino bem putiane, às vezes, aliás. Isso nunca me fez perder o encanto por ela. Mas... questão de gosto mesmo.

    Gosto até mesmo de "canção de amigo", um gênero meio perdido quando intérpretes homens cantam como se mulheres fossem. Exemplo: Esse Cara.

    Abraços!

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  8. É, questão de gosto mesmo. Sou daqueles que gosta de cantarolar junto com a música, então não me sentiria "confortável" em cantar que "sou uma p*t*", por exemplo, rsrsrs, para não dizer outras coisas. Isso não me impediria de escutar só instrumental, gosto quando ela usa gaita nas músicas.

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  9. "então não me sentiria "confortável" em cantar que "sou uma p*t*""

    Kkkkk Compreendo a colocação.

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  10. Quando conheci este álbum eu gostei mas ficou no tempo. Ouvi poucas vezes. Mas... quando tive contato com a versão acoustic de Jagged Little Pill. Gostei demais. É a minha versão definitiva deste trabalho. Sei lá. É como se a emoção dela casasse perfeitamente neste tipo de "conversão".

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    1. O unplugged é um álbum muito bonito. Cheguei a comprá-lo, logo após uns meses de lançamento.

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