segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

As histórias da vida de Dylan Dog


- Qual o cardápio?
- Terra e cacos de vidro.
- Estou sem fome...

A existência editorial de Dylan Dog, no Brasil, é caótica. Cheia de tropeços, a publicação passou por editoras como Mythos, Record, Globo, Conrad, Lorentz e, novamente, Mythos. E são de fases nacionais distintas onde possuímos três histórias acerca da mitologia do personagem que, mesmo sem atender a uma exigência cronológica, têm bastante relação entre si. Como é sabido, o Investigador do Pesadelo não possui uma cronologia em sentido estrito. Na série regular, há constantes indicações entre títulos e alguns personagens corriqueiros. Em certas publicações, essas "indicações" (ou correlação e interdependência) acabam assumindo contornos mais fortes e nos exigindo a leitura de HQs anteriores para compreender melhor o contexto.

Dentro do contexto acima mencionado, penso que três histórias merecem atenção em conjunto; são elas: Mater Morbi, Mater Dolorosa e A História de Dylan Dog. Todas essas por duas editoras distintas, aqui no Brasil: Lorentz e Mythos (segunda e primeira fase, respectivamente, quanto a esta última). Nesse emaranhado de publicações, a única saída para o leitor é recorrer a scans, até porque não existem exemplares para todos os interessados em sebos e, além disso, os preços costumam ser exorbitantes para revistas muitas vezes em péssimo estado de conservação.

Vamos às tramas, de acordo com a cronologia original. Em A História de Dylan Dog, Sclavi, por meio de roteiro surreal e encantadoramente onírico, esclarece elementos do passado do personagem, a natureza de seu pai (sua dualidade), a mãe Morgana, o fatídico motim ocorrido há quase três séculos no galeão, no mar onde praticamente tudo teve início. Bem mais à frente, fomos apresentados à personagem Mater Morbi (veja postagem anterior) e, depois, tivemos em Mater Dolorosa a amarração de tudo isso e mais um pouco, com a presença, mesmo que em breves requadros, de diversos personagens nascidos e sepultados em apenas uma edição (como exemplo, cito referências a Mana Cerace, Golconda e Moonlight). Descobrimos que qualquer acontecimento na vida do investigador, por mais passageiro que nos possa ter parecido, na verdade sempre fora relevante. É o revelado pelo ainda enigmático John Ghost, em Mater Dolorosa. Ao final desta última obra, retornamos ao ponto pré-clímax de A História de Dylan Dog. Tudo recomeça...

Enfim: não vou escrever mais tanto para não estragar a graça. Apenas recomendo a leitura dessas três histórias em conjunto, algo possível acessando o canal DELMAK-O STUDIOS, indicado por mim recentemente e que, torçamos, encontre vida longa.

2 comentários:

  1. Colocaria Morgana aí como leitura obrigatória. Lançada no BR pela Conrad, lá em 2001. Uma das melhores tramas do Dylan Dog.

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    Respostas
    1. Olá, José Maria.

      Sem dúvida alguma.

      Aliás, se eu fizessem uma lista das melhores, estariam: Morgana, Depois de Meia Noite, Memórias do Invisível, Um Longo Adeus, Johnny Freak e mais um monte de Sclavi.

      Acima, mencionei as três histórias em especial apenas devido à sua ligação e porque, no caso, Mater Dolorosa ainda estava quentinha nas livrarias.

      Abraços!

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