quinta-feira, 2 de março de 2017

Declarei o Imposto de Renda 2017 [ Novidades ]


Sempre declaro meu imposto de renda tão logo disponível a abertura do prazo. É algo que não deixo para depois e, assim, evito alguma dor de cabeça. Já no início de fevereiro, organizo digitalmente tudo o que vou precisar. Baixo extrato bancário de rendimentos e do órgão onde sou lotado. Além disso, também separo alguma documentação necessária sobre gastos, pagamentos efetuados e de algum novo bem (carro e ativos, por exemplo). 

Todos os meus arquivos dos exercícios anteriores são salvos tanto no formato PDF quanto na extensão DEC (declaração) e REC (recibo). Coloco tudo em arquivo compactado e guardo numa pasta do e-mail e em um HD externo. Assim, não tenho problemas em exportar dados no próximo exercício. Nunca precisei ficar preenchendo dados corriqueiros, mas apenas atualizando partes específicas.

Felizmente, até hoje, nunca caí na malha fina. Como sou servidor público, minha declaração não possui mistérios. Além disso, também não tenho como fugir da tributação, vindo tudo abocanhado na fonte. Vejo muito profissional liberal que não declara nem 1/3 dos ganhos! No ano passado, a União comeu R$ 37.746,66 em imposto de renda. Além disso, paguei R$ 21.565,32 de contribuição previdenciária oficial para, talvez, no futuro, não haver grana para me pagarem. Ou, se houve, será em moeda que não valerá nada. Eu preferia ser regido pelo teto do Regime Geral (INSS) e investir o que sobrasse. Enquanto na iniciativa privada o trabalhador desconta sua contribuição sobre o teto do sistema, eu, como servidor mais antigo, pago 11% sobre tudo o que recebo, praticamente. Não vejo tanta vantagem nisso, considerando o sistema de pirâmide financeira criado pelo Estado e o eminente risco de colapso financeiro generalizado.

Quanto às deduções, consegui heroicamente restituir R$ 1.786,41, pois tive gastos com saúde de R$ 6.449,33. E só por isso. Se não tivesse gasto com saúde ou plano de saúde, teria que pagar mais imposto na opção "desconto simplificado". Seriam mais R$ 2.574,32 de imposto de renda a pagar. Ou seja: um cidadão classe média, no Brasil, pagar R$ 61.886,30 de tributos diretos (no caso, IR e previdência) em um ano é algo super normal. Muitas vezes me pergunto como deixamos a coisa chegar a esse ponto, com uma tabela de imposto de renda congelada no tempo.

A grande novidade este ano é o envio direto da declaração anual de ajuste, sem precisar mais do Receitanet. Francamente, sempre achei meio contraproducente a existência de programa autônomo apenas para enviar o formulário. Agora, findo o preenchimento, você clica em enviar e o programa IRPF2017 automaticamente solicita seus dados bancários (v. imagem abaixo) e envia tudo, gerando o recibo e oferecendo as opções para salvar ou imprimir. Bem mais prático!




5 comentários:

  1. "Eu preferia ser regido pelo teto do Regime Geral (INSS) e investir o que sobrasse."

    Você pode fazer isso. Basta aderir ao novo regime previdenciário e não contribuir pro Frunpresp-jud.

    Tbm sou Analista do PJU e estou muito tentado a fazer isso. A diferença no salário líquido seria de aprox. R$ 600 por mês. Isso por uns bons 20 ou 30 anos garante um bom patrimônio para a velhice (ou para fins sucessórios, kkk).

    Considerando a proposta de reforma (e as tantas outras que virão), parece-me a opção mais acertada mesmo.

    Lei n. 13.328/2016 Art. 92. É reaberto o prazo para opção pelo regime de previdência complementar de que trata o § 7o do art. 3o da Lei no 12.618, de 30 de abril de 2012, por 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir da data de entrada em vigor desta Lei.

    P.s. o prazo vai até 29/07/2018.

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    1. Rapaz, muito obrigado pela sua informação. Eu não sabia que esse prazo fora reaberto!!!!

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    2. E mais: independente disso, aposentadoria é um risco grande até mesmo pelo evento morte. Só no passado três colegas meus morreram com menos de 50 anos. Enfim...

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  2. vc também pode contribuir como facultativo e ter um maior desconto no IR, já que essas despesas com previdencia complementar são dedutiveis.

    pessoalmente, não sei se trocar de regime seria positivo, pois ninguém sabe o futuro. acredito que seja uma opção que demandaria mais estudo.

    abç!


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    1. Pois é. Sem contar que, ao assumir o teto do RGPS, imediatamente eu teria aumento de IR, diante da redução da parcela dedutível. De qualquer forma, trocar o RP pelo teto do RGPS e aderindo ao fundo complementar... ficaria na mesma, de certa forma.

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